Mar, ostra e concha

Se o mar é da concha o fôlego,

fechados meus olhos vêem

o que os teus abertos escondem

nas ostras dos teus pronomes,

no baço do meu olhar.

Meus lábios, praia de minha saliva,

o que teu beijo acredita,

há tanto nos beijos meus

que sem esse fôlego teu

meu ar morre mas não se expira.

Vou bocejar no teu sono

vivendo a insônia da dor

mas se for por teu amor,

juro me viro ostra,

escondo-me numa concha afoita

e bebo o mar que te bebeu.