AMOR SURREAL
Costumava com pequenas coisas, conviver
Coisas que eu podia ver em meu silêncio
Ou na certeza da solidão do meu querer
Como algo que queima como incêndio.
Uma acesa chama de amor e incerteza
Como algo que se olhar sem se ver
Como se forte brilho fosse de beleza
Que aprisiona a alma de quem ver.
Como se fosse uma ilusão tênue e fugaz
Que dilacera a dura e fria calma da razão
Como se pouco importasse um tanto faz
Quando a melancolia vence o coração.
Como uma linda flor que nos encanta
Sem nos dar o aroma de um perfume
Mas como uma suavidade que é tanta
Qual o tal ingênuo gosto do ciúme.
Ciúme inexplicável e sem razão
De um amor supremo e tão intenso
Que desdenha a alma de paixão
Num delírio de sonho tão imenso.
Ah! Esse meu inferno de querer
Viver o traçado de um desenho incerto
O ritmo fugido de uma bela canção, querer
Viver um amor irreal, surreal, incerto.