Numa curva da estrada
Numa curva da estrada...
Vêm-me as narinas os cheiros
Das estradas sinuosas
Vêm-me aos olhos os perfis
Das curvas das portas e janelas
O colorido estonteante das flores
Nunca as vi pelo mundo mais belas
Cavalgando contigo pela cela
De nosso negro corcel
Ainda sinto teu suor pelas costas
E o negror repentino do céu
Paramos em uma curva da estrada
Antes de chegar ao centro de Granada
A tempestade nos invadiu
Por inteiro, molhando nossos corpos
Ainda restam em mim pedaços de ti
Guardados na lembrança dos sentidos
Gravados nos sulcos da alma
Quando a saudade teima em chegar
Gotas de chuva molham-me as faces
E logo a terrível dor se acalma.