A DANÇA DOS VENTRES
Lá vem aquele arsenal de frutas tropicais que se disfarça em corpo;
Arrancando-me um sopro de tortura a incidir no meu olhar;
Quadris de um perfeito ritmar, me convidando a um sonho louco;
Concretizando-se pouco a pouco naquele cruel encanto a dançar!
Quando me via, ali estava embriagado em sua cadência;
Desatado pela irreverência, a deslizar meu tato naquele pecado suado;
Por ela trazido e levado, num ardor inventor de uma nova decência;
Acorrentando com veemência naquele veneno docemente destilado!
Palavras cortando a alma no despudor do convite visual;
Dança ardente e sensual, que visitou as mais diversas paisagens;
Que perpetrou indescritíveis viagens no vigor de seu vendaval;
Dois ventres ultrapassando o sinal, provando a maçã de suas vontades!