A DANÇA DOS VENTRES

Lá vem aquele arsenal de frutas tropicais que se disfarça em corpo;

Arrancando-me um sopro de tortura a incidir no meu olhar;

Quadris de um perfeito ritmar, me convidando a um sonho louco;

Concretizando-se pouco a pouco naquele cruel encanto a dançar!

Quando me via, ali estava embriagado em sua cadência;

Desatado pela irreverência, a deslizar meu tato naquele pecado suado;

Por ela trazido e levado, num ardor inventor de uma nova decência;

Acorrentando com veemência naquele veneno docemente destilado!

Palavras cortando a alma no despudor do convite visual;

Dança ardente e sensual, que visitou as mais diversas paisagens;

Que perpetrou indescritíveis viagens no vigor de seu vendaval;

Dois ventres ultrapassando o sinal, provando a maçã de suas vontades!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/10/2008
Reeditado em 02/10/2008
Código do texto: T1207630
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