AMOR PERFEITO

Existe uma evidente sincronia permeando nosso dueto;

É o calor que aquece o graveto e consolida o perigo que se alastra;

Todo gesto mútuo nos devasta, complementamos nosso esboço imperfeito;

Somos o fim daquele ar rarefeito, fruto de uma independência que não nos basta!

Essa nossa crise que nos cura é o ponto culminante a nos fundamentar;

Qual o beijo da areia no inconstante mar, qual cinza destinada ao vento;

O encaixe herdeiro dos incrementos, invernos sob beijos a se primaverar;

Extinção do verbete dissociar, se sós somos o algo bastardo do momento!

Porque é crítico o nosso coma, quando a fome de nós dois nos assedia;

O ganho do dia, a noite válida, são detalhes que nos pertencem;

Juntos, hordas e infortúnios não nos vencem, surge o atalho da alegria;

O futuro é caricatura do que seria, se os amanhãs não nos pensem!

Se n’alguma vida eu já te pertenci, penso que não foi suficiente;

E que somente a matemática da eternidade resolveria essa necessidade;

O que nos une é imensidade, algo maior do que supõe a mais sábia mente;

Impossível pensar diferente, sem teu amor tudo não passa de metade!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 02/10/2008
Código do texto: T1207316
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