AMOR PERFEITO
Existe uma evidente sincronia permeando nosso dueto;
É o calor que aquece o graveto e consolida o perigo que se alastra;
Todo gesto mútuo nos devasta, complementamos nosso esboço imperfeito;
Somos o fim daquele ar rarefeito, fruto de uma independência que não nos basta!
Essa nossa crise que nos cura é o ponto culminante a nos fundamentar;
Qual o beijo da areia no inconstante mar, qual cinza destinada ao vento;
O encaixe herdeiro dos incrementos, invernos sob beijos a se primaverar;
Extinção do verbete dissociar, se sós somos o algo bastardo do momento!
Porque é crítico o nosso coma, quando a fome de nós dois nos assedia;
O ganho do dia, a noite válida, são detalhes que nos pertencem;
Juntos, hordas e infortúnios não nos vencem, surge o atalho da alegria;
O futuro é caricatura do que seria, se os amanhãs não nos pensem!
Se n’alguma vida eu já te pertenci, penso que não foi suficiente;
E que somente a matemática da eternidade resolveria essa necessidade;
O que nos une é imensidade, algo maior do que supõe a mais sábia mente;
Impossível pensar diferente, sem teu amor tudo não passa de metade!