O CANTO DA ESPERA...
Lágrima...
Pérolas líquidas!
Por onde passam deixam sulcos,
Velhas rugas,
Velhas rimas,
Velhos sonhos sempre atuais...
Lembranças daquilo que se teve
E que não volta mais...
Tristeza tão perene...
Constatação:
Do impossível não se faz possível!
Latência...
Mas não saber esperar!...
Fruto maduro
Beijo suave
A re-lembrar...
A re-viver...
A re-velar
O des-velar
Daquilo que não mais se quer
Lembrar...
Mornas noites
Fantasmas da saudade...
O fruto proibido
Não se pode mais tocar
Elegias...
A enorme boca da noite
Nos engole por inteiro.
Lua?... Onde estás?...
Onde a perdemos?...
Ou a matamos?...
Já não sei raciocinar...
- Ela se escondeu
Para não chorar...
As pedras duras
Que pra nós foram macias
Hoje, vem nos machucar...
Mas ainda estão na minha mão!
E eu as aperto... Até sangrar...
- As pedras farão parte da minha mortalha
Eu as levarei comigo
E elas me farão sonhar...
- Lágrimas!... Pérolas líquidas!
Vão as nossas pedras molhar...
E elas se tornarão diamante
E ninguém nos vai tirar!...
Velhas rimas
Velhos sonhos
Cicatrizes
Do infortúnio
Que não vão cicatrizar!
Pois ao mais breve sussurro
Nosso sangue irá brotar...
Fomos “pássaros feridos”
Que a vida quis separar...
E separou!!...
Mas...
Até quando??...
Somos amar...