O CANTO DA ESPERA...

Lágrima...

Pérolas líquidas!

Por onde passam deixam sulcos,

Velhas rugas,

Velhas rimas,

Velhos sonhos sempre atuais...

Lembranças daquilo que se teve

E que não volta mais...

Tristeza tão perene...

Constatação:

Do impossível não se faz possível!

Latência...

Mas não saber esperar!...

Fruto maduro

Beijo suave

A re-lembrar...

A re-viver...

A re-velar

O des-velar

Daquilo que não mais se quer

Lembrar...

Mornas noites

Fantasmas da saudade...

O fruto proibido

Não se pode mais tocar

Elegias...

A enorme boca da noite

Nos engole por inteiro.

Lua?... Onde estás?...

Onde a perdemos?...

Ou a matamos?...

Já não sei raciocinar...

- Ela se escondeu

Para não chorar...

As pedras duras

Que pra nós foram macias

Hoje, vem nos machucar...

Mas ainda estão na minha mão!

E eu as aperto... Até sangrar...

- As pedras farão parte da minha mortalha

Eu as levarei comigo

E elas me farão sonhar...

- Lágrimas!... Pérolas líquidas!

Vão as nossas pedras molhar...

E elas se tornarão diamante

E ninguém nos vai tirar!...

Velhas rimas

Velhos sonhos

Cicatrizes

Do infortúnio

Que não vão cicatrizar!

Pois ao mais breve sussurro

Nosso sangue irá brotar...

Fomos “pássaros feridos”

Que a vida quis separar...

E separou!!...

Mas...

Até quando??...

Somos amar...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 01/10/2008
Código do texto: T1206748
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2008. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.