VOCE QUE NÃO VEM

Vejo-a pelas costas

A nuca

O nunca

Cadê voce que não vem?

Poesia absorta...

Que não se solta

Palavra torta...

Vê-la de te ver cabelos

A escorrer o que escrevo

Descendo

Caindo...

O nunca mais

Ao pente fino da tristeza

E a noite cai...

Cadê voce que não vem?

O poema móvel

Cadeira

Sofá

E cama

Meus parágrafos

Em portas

Meus olhos

Janelas

Anseios de sua volta...

Cadê voce que não vem?

Escrevo.

Como quem à porta

Buraco da fechadura

Contempla um muro

Do enfim...

Você não volta.

Meu parágrafo

Ponto final.

DA MONTANHA
Enviado por DA MONTANHA em 01/10/2008
Reeditado em 01/10/2008
Código do texto: T1205462
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