VOCE QUE NÃO VEM
Vejo-a pelas costas
A nuca
O nunca
Cadê voce que não vem?
Poesia absorta...
Que não se solta
Palavra torta...
Vê-la de te ver cabelos
A escorrer o que escrevo
Descendo
Caindo...
O nunca mais
Ao pente fino da tristeza
E a noite cai...
Cadê voce que não vem?
O poema móvel
Cadeira
Sofá
E cama
Meus parágrafos
Em portas
Meus olhos
Janelas
Anseios de sua volta...
Cadê voce que não vem?
Escrevo.
Como quem à porta
Buraco da fechadura
Contempla um muro
Do enfim...
Você não volta.
Meu parágrafo
Ponto final.