Meu amor...

Meu amor...

Nosso tempo não acabou

Nós perduramos até aqui

O tempo passa

As feridas se fecham

Os sentidos se aguçam

O toque ainda é suave

O olhar revela ainda mais paixão

Somos um do outro

E a ninguém mais pertencemos

Somos tristes e somos alegres

Somos eufóricos e vorazes

Eu sou teu e tu és minha

Eu sou tua ponte firme e larga

Onde podes trafegar segura

Até alcançar a outra margem

Margem esta que aguarda nova sorte

Nova vida

Nova viagem

Nova mulher

Tu és o rio que passa sobre a ponte

Rio que ora é de águas calmas, espelhadas e profundas

Onde a morte seria em um suspiro tranqüilo nos teus braços

Ora é rio violento, indomável, de espumas brancas e velozes

Como quando a tua paixão se revela

E explode como água furiosa na pedra

Rio de muitas curvas a serem percorridas

Rio de muitos mistérios a serem desvendados

Rio que me leva para praias distantes

Praias estas que homem algum pisou

Mas que homem nenhum ousou deixar de procurar

Procurei em vão ficar longe de ti

Procurei em vão deixar de te amar

Mas como deixar de amar o amor?

Se de amor é que és feita

Se não para os outros e sim perante os meus olhos

Pois não existe amor solitário

Pois é

Impossível é escapar de teus enlaces

De teus braços famintos para a paixão

E hoje,

Quero ver o fogo entre as nuvens

Quero ver o céu despedaçado sobre a minha cabeça

Quero ver a terra arrasada pela fúria do mar

a me jogar contra o abismo

Mas quero este teu amor para mim

Quero te dominar por completa.

Ver o teu corpo em convulsão frenética.

Mesmo declarado vencedor

Morrer após a nossa batalha

Após teres sido por mim conquistada

declarada minha

Pois és a imagem regente dos meus mais grandiosos delírios

O objeto dos meus mais insensatos prazeres

Te digo, Mulher.

És a quem amo.

Labrador

30/09/2008

Boopinha
Enviado por Boopinha em 30/09/2008
Código do texto: T1204345
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