Juramento

Meu bem amado,

Eu quero fazer-lhe um juramento,

Uma promessa:

Desejo por toda a minha vida,

E além dela, se eu a tiver:

Amá-lo, sobre tudo, e sobre o meu céu...

Meu bem amado, branca alma tola

Que resvala em confiança

Que soa promessas vãs...

Ah meu amado!

Maior que tudo quanto existe, é em você,

Que o meu coração pulsa, e bate, e sofre e sangra...

Deixe-me ao menos prometer, jurar,

Te amar eternamente,

Mesmo que descrente de minhas próprias promessas.

Deixe-me sentir o gozo dos teus sentidos.

Deixa-me mergulhar em meus sonhos.

Deixe-me sentir os teus carinhos assim:

Em meus toques e pensamentos, como se nunca houvesse ido.

Deixe-me mostrar pela luz dos meus olhos,

Tudo aquilo que eu jamais disse.

Tudo que em mais vã esperança

Andei buscando...

Ah meu bem amado...

Quanta saudade me vem à lembrança:

Do teu olhar escuro e do cabelo farto,

A tua alma branca e o teu sorriso de marfim...

Deixe-me ao menos tentar, mesmo que nada queira sentir...

E eu só sinto e pergunto:

Para que tanto céu, tanto vento e tanto calor?

De que serve a minha noite e o meu horizonte

Se nunca vens a mim?

E quando eu tiver a minha memória de volta, entregue,

Serei livre para pensar em tudo aquilo que desejei e tive.

Em tudo aquilo, que não tive por não desejar,

Até mesmo no sorriso que deixei de colocar em teus lábios.

Na falta de calosidade de suas mãos

No vermelho do meu sangue...

Deixe-me apenas e não mais prometer:

Te amar eternamente, mesmo que nada seja

E mesmo que seja apenas chão no meu caminho,

Vou pensar nas flores que deixamos morrer.

E tudo é nada.

E como se tudo fosse o infinito,

Deixe-me então ao menos dizer

O quanto meu corpo sente

E quanto o meu amor pena.

E sei que nada se perde

E serei sempre e eternamente assim.

Mesmo que o fim do tempo,

Seque meu pranto

Endureça meu coração.

O caminho será sempre voltas e atalhos ao meu redor.

Nunca em todo o tempo haverá amor maior.

Malibe, 28 de setembro de 2008