BEIJA-FLOR


Paira o beija-flor no ar,

sugando o néctar da flor,

descreve uma linha sinuosa

pelo céu azul-púrpura,

no dia vazio.

Meus olhos vadios

miram à tua poesia de versos

crivado de fantasias.

A vida passa como um clarão,

esquece o rumo de encontrar o chão,

registra tempo mudo e quieto.

E eu me exilei entre o silêncio

cego dos relâmpagos na busca

dos mais distantes dos infinitos.

Amanhã

posso reviver momentos fugazes

embaixo dos lençóis alvos,

mas tenho um desejo ardente

de transformar o efêmero em concreto.

E então,

sorver todo o encantamento que flui

do teu ventre em chamas amando

o amor à luz das noites voluptuosas,

insanas e selvagens.
Paulo Avila
Enviado por Paulo Avila em 29/09/2008
Reeditado em 30/09/2008
Código do texto: T1203078
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