RAPAZ DA BOEMIA
Foi tua a primeira lágrima
Que violentou meu sentimento.
Quebrastes minhas quimeras,
Meu sonho...meu pensamento.
Eu era ainda uma flor...
Fostes o meu primeiro amor,
Meu maior segredo,
Meu menor momento.
E te perdi tantas vezes,
E tantas e tantas mais,
Que chorando o meu pranto,
Fiquei num canto, p'ra traz
Feito boneca vazia,
Feito brinquedo quebrado.
Ser mulher, eu bem queria
Mas era flor sem pecado.
Meu rapaz da boemia,
Não foi a tua alegria,
Nem o teu olhar moreno
O que a mim te prendeu:
É que no riso velado
Que trazia disfarçado,
Havia o pranto abafado
Que estava dentro do meu.