Tuas mãos
Do meu olhar ao dia tua mão foi voando,
levando dons da aurora à roseira aberta,
mãos de chuvas d’algum verão lembrado,
que trocavam sílabas pela carícia liberta!
Ao mar vão tuas mãos erguendo castelos,
que se quebram em marolas aventuradas,
aos céus levando esperanças perfumadas
que a ti adicionam entardeceres tão belos!
Porém o entardecer desliza sigilosamente,
trazendo-te no seio desta noite aguardada,
na negritude leve me afogo perdidamente,
antes que de tuas mãos esta noite se evada!
Que tuas mãos sobre meus olhos persistam,
retardando o vôo que me trará penumbras,
quero sonho selvagem ao invés de sombras;
em deleite, meus olhos tuas mãos devoram!
Santos-SP-20/02/2006
Santos-SP-24/02/2006