SULCOS DA ALMA

Dimensionar uma dor de amor,

seja lá o motivo que o tornou real

não é tarefa fácil , isso é tão instintivo

sobretudo para aqueles que sofrem

desse mal.

É uma tendência para permanecer

calado, uma inclinação para se aninhar

nos braços do fim do mundo, e no final,

não se tem condições para

determinar uma medida correta...

Eu já provei essa dor que dói,

que se acomoda e não vai embora,

que amarfanha como se estivesse

preso com grilhões no coração.

Aos poucos, nada mais vive,

e a cada segundo o cansaço

só oferece uma interminável

lassidão, que sem piedade

acaba consumindo a própria razão.

Mesmo quem estiver muito longe,

pode ouvir o fragor da

capitulação, injunção de uma

sensação desagradável que torna-se

impossível recobrar os sentidos...

A contundência em todos os momentos

da dor de amor se faz presente,

e na sucessão dos fatos, o destino

nunca deixa de exibir os sulcos

esculpidos em nossas almas.

Wil
Enviado por Wil em 27/09/2008
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