COIOTES ANSIOSOS
«Coiotes ansiosos, uivamos para a Lua.»
(Kathleen Lessa, «Horas na madrugada»,
publicado no RdL em 25/09/2008.
Código do texto: T1195924)
Coiote, reza o dicionário e eu traduzo,
«lobo do norte das Américas semelhante
ao chacal.» Coiote, lobo, chacal...
Que é chacal ou lobo? De novo
o dicionário: «quadrúpede feroz, da família dos cães.»
Não, não me valem as definições eruditas. Prefiro
as poéticas, as líricas, como esta, linda e quase furiosa,
com que nos seduz Kathleen.
Olhem esta minha
fantasia agridoce, suscitada por um verso:
Na madrugada, com certeza no ninho dos amores,
duas pessoas a cultivarem sentimentos e pele,
com ânsia, com anelo, com esse arroubo
ou frenesim dos amantes, no clímax,
úmidos e quase em Hera e Júpiter
mudados... Depois do clímax...
É então que, entrelaçados,
se tornam em coiotes
a uivarem extáticos
para a Lua, deusa
também da luz,
das poeiras
de luzes
como
dar...
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NOTA.- Tomei do poema de Kathleen Lessa o verso acima citado e dei-me a imaginar cenas menos intensas. Saiu o que saiu: Peço desculpas.