Tormentos...
Sou uma folha seca ao vento
Voando a cada um dos lamentos
De um de teus versos cobrando
A minha presença ou sentimento
Tu já és em minha veia o sangue
Que pulsa, escorre e deságua
Do rio ao mar de minha alma
Passando e cantando as dores
Perdido no horizonte incolor
Da tua ausência que aqui chora
Aprisiona os meus sonhos
Liberta-me da tua lembrança
Tudo aqui escraviza-me de ti
Estou ancorado nos teus braços
Enlaçado no cais do porto seguro
Não quero, anseio e nem espero
Nenhuma outra mulher que a embaixatriz
Que tomou posse e governa o meu país
Ela sabe quem é ela... A que me tira o tormento
A que devolve a minha paz e me faz feliz
Estou falando de você mesma
Que a cada poema me chama
Reclama e me põe em tua cama
E vivo assim catando as notícias tuas
Quando você surge pulando num verso
Aqueço-me e viro logo sapeco confesso
Fico valente! Componho feito demente!
A resposta que chegue aos teus olhos
É como se assim eu chegasse ao teu leito.
Pudesse te fazer todas as minhas carícias.
Beijar a tua boca. Engolir a tua língua.
Fazer estremecer o teu altivo pescoço
E adormecer dengoso nos teus braços
Na mais linda noite de suaves enlaços
No amor de nós dois cobrindo os vazios
Dando sentido a tudo que temos vivido.
Hildebrando Menezes (Hilde)