LUCIDEZ E LOUCURA

No meu estado de loucura,

abro-lhe os braços,

dou-lhe um abraço e pronto,

mas, se a lucidez chegar

desejo não lhe desejar,

procuro fugir para não lhe encontrar

tento morrer para não lhe amar,

aí vem a loucura

começa tudo outra vez,

parece que volto a lhe querer

louca ou lúcida, para lhe pertencer

e novamente caio em seus braços,

mas, quando acordo

e vejo a verdade,

choro por não ser dona da sua vaidade,

por ser parte inteira da sua maldade,

vejo-me devaça, alheia à sua vontade...

por mais uma vez acordo,

e vejo que sou formiga

pisada, me ponho a chorar,

devagar me recomponho,

e como flor, sinto-me brotar

mas, sua voz me enloquece

e novamente volto à ti, me dar...

mesquinha, fútil sou!

ninguém morre por amor,

se é lúcido, vive a verdade

se é louco a vaidade,

me perco em minha identidade,

sou lúcida ou louca de verdade?

uma coisa, eu sei que é certa,

te amo em minha loucura,

e te mato em minha realidade...

sei que muitas vezes

serei sua,

e outras, nem me lembrarei de ti,

misturo primeira e segunda pessoa,

espinho da flor

com flor do jardim,

eis minha primavera outra vez chorando,

quando o inverno se aproxima,

e com minha atrocidade

me entrego como menina,

tudo bem, eu sou assim,

dona sua, sua zona,

fêmea, louca, lúcida,

mas, não sei do que gosto mais,

se quando estou em seus braços,

se quando não quero lembrar

que te amar é loucura,

mas estar lúcida é acreditar

que por mais uma vez,

me encerro em seus braços,

louca ou lúcida?

acho que nem uma, nem outra

apenas, apaixonada!

Del Dias
Enviado por Del Dias em 23/09/2008
Código do texto: T1193077
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