Saudade madura

Uma certeza, um pingo de lágrima,
Um bom dia à natureza, caindo
Sobre a beleza do meu ancestral
Saudade imensa das brincadeiras
De rodas e do último carnaval.

Saudade de alguém que existiu
Pouco ficou e partiu sem deixar sinal
Do que se fez, não que se deixou fazer
Animando vidas que estavam mal.

Sensação de alivio quando tudo
Parecia ter chegado ao fim, saudade
Em mim feito sol sazonal, brincadeira
De criança bem no fundo do quintal

As noites eram frias, idolatria
A lua sem igual, crianças brincavam
Sobre a grama, ao lado da restinga,
Em baixo do manguezal

Tudo se foi, até o velho carro de boi
No fundo do mangueirão, hoje só resta 
Saudade da grande felicidade
Fincada no fundo do meu coração.
R J Cardoso
Enviado por R J Cardoso em 23/09/2008
Reeditado em 23/09/2008
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