TEM HORAS
Tem horas que nada vem me socorrer.
E então, chega uma lágrima clandestina
pro meu rosto transtornado umedecer.
Tem horas que ainda esqueço a disciplina
e consigo até a mim surpreender
comportando-me apenas como menina.
Tem horas que eu nem sei o que fazer.
Tudo é dor e o desespero domina
envolvendo e esmagando todo o meu ser.
Tem horas que eu me faço dançarina.
E em pontinhas de pés venho oferecer
tudo aquilo que bem sei a quem fascina.
Tem horas que eu me sinto enlouquecer.
Quando a saudade vem tal uma assassina
e começa meu coração a morder.
Tem horas que a verdade é cristalina.
Quando vejo que só vou sobreviver
nos braços desse amor que me ilumina.