OCEANO DE AMOR



Se o cais aprofundasse os meus desejos,
Certamente o mar levaria as ânsias para lá,
Abreviando na Doca os versos para cá,
Sentir-me-ia feliz com a sereia do mar,
Cantando em dó todas as paixões de ninar.

Ela não vem, e não me vai  acalentar,
Dos bravios ventos que me cortam cá,
Avante! Sou marinheiro sem oceano,
Navego sem nau não sou de atracar,
No porto acolá sou o teu único marujo,
Percorrendo sem destino o leito do mar.

Açambarcando letras sem perfume,
Da aurora embriagada não vou ficar,
Nas veias das esperanças não vou atar,
Nem mesmo nas ondas, eu vou me afogar.

Se o cais aprofundasse os meus desejos,
Dar-te-ia esse esmero verso de cá,
Mesmo atordoado ainda sei navegar,
Ali não é o centauro versátil sem boteco,
Dos bravios ventos que me cortam cá.

Nem meus versos escutam naquela maré,
Deslembrado com açoites ainda quero falar,
Do meu amor que troveja no teu corpo,
É tudo o que eu mais tenho para  entregar.



ERASMO SHALLKYTTON
Enviado por ERASMO SHALLKYTTON em 22/09/2008
Reeditado em 03/10/2011
Código do texto: T1191449
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