Nunca Imaginei

Nunca imaginei que seria possível

Tudo - e são tantas coisas

Muito mais e isto seria estranho

Nunca imaginei.

Acontecendo, mudando, modificando,

Vendo, vindo, vivendo

Tudo isso - e o resto

Nada mais pois não é preciso

Nunca imaginei.

A natureza das coisas mostrando

O contrário daquilo que pode ser

Tudo, enfim, e o mundo conspirando

Nunca imaginei.

No contato, as palavras todas

Visual, corporal, ritual

As viagens, memórias, estréias,

Apego, ódio mortal e trilha sonora

Nunca imaginei.

Silêncio quando era preciso

Atitudes, negadas, no agir das coisas

A correia inerte de tudo em volta

Nunca imaginei.

A sorte invertida da procura

O vetor irônico do acaso

Tudo tem vários lados

E quem esteve em todos,

Nunca imaginei.

O pecado aturdido da cegueira

Cataratas de sombra, suor

Esbarrando sempre ao tentar correr

Nunca imaginei.

O tempo todo no desescondido

Visão demais atrapalha ver

Não obstante desaparece tudo

O instante basta ao mundo, mas você,

Nunca imaginei.

Gabriella Mendes
Enviado por Gabriella Mendes em 21/09/2008
Código do texto: T1190193
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