O AMOR DE PACÁCIO E MARIA
Quando o negro Pacacio, olhou o firmamento
Escuro, quase preto, prenunciou um temporal.
Contudo nada abafaria o grande sentimento.
Que sentia por Maria, razão de sua vida, afinal
Haviam combinado um encontro na Atafona.
Lugar abandonado onde fabricavam iguarias
A base da mandioca plantada em grande zona,
Na fazenda onde ele era quem tudo resolvia.
Preparou o chimarrão novo com muito cuidado,
Erva buena, verdita no más, com muita destresa.
Buscou um local macio, estendeu bem alisado.
seu pelego dobrado, para receber sua princesa.
Um fogo forte aquecia a noite, mais que gelada,
alguns coriscos riscavam pelo céu enegrecido,
Quando surgiu à porta Maria, sua bem amada,
De vestido de chita preta, porém, bem florido.
Alcançou-lhe o braço rude de forma tão delicada
sentiu que estava gelada, tremendo por seu amor
Enrolou-a no seu pala para acariciar sua amada
que ficou logo quente , como do fogo o seu calor.
Nem os raios que cruzavam e batiam no telhado.
Poderiam distrair os dois neste relacionamento.
Faíscas quentes corriam por eles e pelo aramado,
Porém eles só percebiam seus corpos em movimento
E foi tanto o amor naquela tapera abandonada,
Onde ambos se amaram com sublime sofreguidão,
Que incendiaram de um modo loco e disfarçada,
Aquele lugar, em que uniu de cada um, seu coração.
Marco Orsi 20.09. 1008
Obs: Poesia em homenagem ao dia do RGSUl, Salve o 20 de setembro