PAPEL VAZIO
Tosco pedaço de papel amarelado
quantos, iguais a ti, foram pra lixeira
na tentativa vã de escrever no teu costado
num poema só, a vida inteira!
Mas papel velho, aquilo que não escrevi
e que no teu corpo desbotado tu não guardou
muitas vezes, na minha vida, fingi que li
e, em cada uma, uma lágrima rolou!
Escorreu amarga por meu rosto
cristalizando a expressão do meu olhar
onde se vê a marca do desgosto
por, na vida, não ter podido me encontrar!
Na rotina da vida não me encontrei
não tenho um amor registrado na memória
então vazio, papel, eu te deixei
pois vazia também é minha história!