PAPEL VAZIO

Tosco pedaço de papel amarelado

quantos, iguais a ti, foram pra lixeira

na tentativa vã de escrever no teu costado

num poema só, a vida inteira!

Mas papel velho, aquilo que não escrevi

e que no teu corpo desbotado tu não guardou

muitas vezes, na minha vida, fingi que li

e, em cada uma, uma lágrima rolou!

Escorreu amarga por meu rosto

cristalizando a expressão do meu olhar

onde se vê a marca do desgosto

por, na vida, não ter podido me encontrar!

Na rotina da vida não me encontrei

não tenho um amor registrado na memória

então vazio, papel, eu te deixei

pois vazia também é minha história!

Rui E L Tavares
Enviado por Rui E L Tavares em 20/09/2008
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