EU GRITO QUE TE AMO
Corre pelos cumes das cordilheiras os brados trovejantes de meu amor;
Seu resplendor aquece as geleiras, abala as superfícies e agita os lençóis;
Brota nas fontes e deságua na foz, borbulha na lava com imenso fervor;
Ele é paz e é terror, ele é amor de indesatáveis nós!
Grita no forte vento das manhãs, que implode no horizonte e sacode as janelas;
No apelo visual das bromélias, no santo insulto pornográfico da sofreguidão;
Beija os lábios de um ativo vulcão, arrasta para alto mar o barco a velas;
O meu amor fabrica oceanos de invejas, porque é amor em extinção!
Está gritando meu coração aos quatro ventos que estou te amando;
Grita correndo, grita sangrando, grita mais alto até quando calado;
Trilha sonora de um tufão alado, aguda espada pelas cortinas do tempo rasgando;
O meu amor não te ama sonhando, o meu amor é sonho concretizado!
Gritam todos os feitos antológicos, e grita mais alto o meu coração;
Lampadário que relampeja fascinação, entusiasta apologia delirante;
Amor gritante que em seus desejos galopantes, dá-se em enunciação;
Amor gritando sem hesitação, que esse amar se faz ouvir além dos horizontes!