EU GRITO QUE TE AMO

Corre pelos cumes das cordilheiras os brados trovejantes de meu amor;

Seu resplendor aquece as geleiras, abala as superfícies e agita os lençóis;

Brota nas fontes e deságua na foz, borbulha na lava com imenso fervor;

Ele é paz e é terror, ele é amor de indesatáveis nós!

Grita no forte vento das manhãs, que implode no horizonte e sacode as janelas;

No apelo visual das bromélias, no santo insulto pornográfico da sofreguidão;

Beija os lábios de um ativo vulcão, arrasta para alto mar o barco a velas;

O meu amor fabrica oceanos de invejas, porque é amor em extinção!

Está gritando meu coração aos quatro ventos que estou te amando;

Grita correndo, grita sangrando, grita mais alto até quando calado;

Trilha sonora de um tufão alado, aguda espada pelas cortinas do tempo rasgando;

O meu amor não te ama sonhando, o meu amor é sonho concretizado!

Gritam todos os feitos antológicos, e grita mais alto o meu coração;

Lampadário que relampeja fascinação, entusiasta apologia delirante;

Amor gritante que em seus desejos galopantes, dá-se em enunciação;

Amor gritando sem hesitação, que esse amar se faz ouvir além dos horizontes!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 19/09/2008
Reeditado em 14/10/2008
Código do texto: T1185892
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