A SEUS PÉS
Nessa vida de poesia
Senti mares de água quente
E baldes de água fria,
Conheci olhos azuis,incomuns,
E olhos negros, do desassossego
Da melanina,
Da mulher madura
E da mulher menina,
Conheci o egoísmo
E o desapego,
Aflição, o id e o ego.
As pedras de brita e as polidas,
Os seixos gastos de rolados
No fundo de rios
E riachos,
As guardas baixas
E as faces escondidas,
Por cicatrizes
E por feridas.
A força bruta
E as alavancas.
As sublimações
E as quedas
Nas íngremes subidas
Escarpadas,
E as descidas em avalanche,
Das pedras que se fazem pó
E se enterram no sopé
Aos meus e aos seus pés.