Sem risos, os "ricos" mendigam sorrisos.

Sem risos, os “ricos” mendigam sorrisos...

Tantos momentos sem risos

Desejava-os cheios de teus sorrisos

A vida com seus eternos ritos

Nos afasta, nos separa, ouço teus gritos!

Agora ecoam distantes...

Ele te fez pequeno pastor

Cuidavas com tanto carinho de tuas crias

Por uma delas, matastes minhas alegrias.

As brasas ardentes em meu peito.

Só se apagavam quando juntos em teu leito

Buscávamos através das lentes de tua luneta

A origem distante de nosso planeta...

O vinho era tão doce

E a carne abatida de teu rebanho tão macia

Quando preparavas o banquete

Sonhávamos acordados a luz de velas

O grande leão estendido sob o tapete

Sentinela fiel nos assegurava

O alerta geral se alguém nos assaltava.

Numa noite cruel, terrível dragão,

Com seu hálito tão quente e devorador

Feriu meu pequeno pastor

O orvalho da noite tuas faces molhou

Te encontrei na relva gemendo de dor.

Tantos momentos sem risos

Só desejo de novo receber teus sorrisos

Hoje te espio, saudososo amor

No renascer das flores, na riqueza das cores

No bater de asas do beija-flor,

Ah! Deus te fez apenas pequeno pastor

Porque assinastes com o demo um contrato de horror

Não bastava brincar de ser caçador!

Às vezes tento varrer para sempre da memória

Todos os detalhes da nossa triste história

É difícil! Só mesmo em prece simplória

Agradeço ter feito parte de tua trajetória.

Aradia Rhianon
Enviado por Aradia Rhianon em 18/09/2008
Código do texto: T1183658
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