A ROSA SINGULAR
Estou lavrando meu amor na superfície de uma noite prateada;
Onde o teu olhar é permanente estrada, onde viaja meu coração;
Que bate forte, sedento por sua estação, querendo o beijo de sua fonte amorenada;
A proclamar seu bem querer por sua diva encantada, ensejo ardente da paixão!
Os muros são pequenos para os saltos desses percursos;
Que faz uso dos mais ousados recursos, pra mergulhar por esses rios indizíveis;
Cenas incríveis seguem brindando o sorrir e pondo fim aos meus soluços;
Quando o olhar é funcionário desses impulsos, até suas alucinações são críveis!
É o débito da natureza com a própria arte, é como a nota singular da egrégia sinfonia;
Essa mulher é a covardia de uma excelsa inspiração que não se duplicou;
As cores n’alma dela somente nela se pintou, cá se manifestou para inebriar a poesia;
Contar seus atributos de vista se perderia, porque foi nela que o alvorecer se inspirou!
Usa de teus encantos anjo meu, e faz um céu no chão sagrado que dividimos;
Pois tua pele me faz mimos, e nela há passeios de desejos que não posso publicar;
Reina sobre mim, ó rainha do meu amar, pois são apaixonantes os teus carinhos;
Dizem que nas flores há espinhos; por isso tu és rosa singular!