VELHOS PRESSÁGIOS

Na batida do
vento
em cada grão
de areia
uma solidão
agreste
desemboca
na foz do coração.
No lombo ardido
a sangria
chove a solicitude das notas azuis
de um antigo blue.
Pés descalços
entre passos,
longa demora na dança
delírio na porta agora fechada.
No leito de um semi-deus,
arreios caindo
imensos vazios
anseios de mulheres
apupos e aplausos.
Pé ante pé
meu olhar se detem
nas voadoras palavras
que acompanham o teu nome.
Incoerência é soluçar agora...
Recostada nos muros da memória
desfaleço...
Ainda um impulso
de beijar a tua boca
distraída
bebada e
definitivamente minha.
A mim não importa o sonho.
Vagabundos sonhos
soltos no vácuo pálido das paredes
ou escondidos no muro dos quintais
São como os dentes-de-leão
que sopro ao vento,
repetidamente
sopro ao vento...
Matizes febris na ligadura
das duas luas
a sua e a minha...
Salientando esta distancia de sombras
e escombros
e raízes expostas e brocadas
ouço uma música
inacabada
e tropeço um gesto convexo procurando
teu corpo
na fúria brejeira
que me toma e escorre por minhas pernas
no momento extato
que o meu sol explode
anonimante
deixando-me nua
diante do menino
que existe dentro de você.


www.luciahlopezprosaeverso.


Luciah Lopez
Enviado por Luciah Lopez em 17/09/2008
Reeditado em 08/12/2009
Código do texto: T1182538
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