AS LÁGRIMAS DE ANDRÔMEDA

Só…

Porque os grandes Amores

Vivem sós

Deitada

No seu manto

Quase infinito de estrelas

Espelha a sua grandiosidade

Por ser uma das mais belas

Imensa

De tal ordem

Que tal gigantismo

Só poderia ter sido criado por um Deus

Inunda os sonhos dos homens

Distantes

E torna esses sonhos

Também Seus

Possui Tudo

É um Todo

Que todos ambicionam ter

Mas longe demais

Para essa realidade

Ter corpo de ser

E há noite…

Há noite

É o céu Iluminado

Daquela casta de gente

Que são os apaixonados

Perdida e achada

Num espaço que há-de Um Dia

Ser Nosso

Que iremos Dominar

Sem jamais a conquistar

Observa a nossa vida

A nossa inconstância evolutiva

Sabendo que muito depois

De deixarmos de sentir

Ela lá estará

Para ver outros surgir

E

Ouvir

O seu choro silencioso

De não ter vida

Na sua imensidão

Nos portentosos domínios

Da sua Constelação

Olhando a Terra

As suas gentes

Como um Algo demasiado precioso

Para se perder

Para poder

Pura e simplesmente

Esquecer

E deixar para trás

Pela noite fora

Demos graças ao Invisível

Por sermos abençoados

Pelas

Lágrimas de Andrômeda…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 17/09/2008
Código do texto: T1182122
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