AS LÁGRIMAS DE ANDRÔMEDA
Só…
Porque os grandes Amores
Vivem sós
Deitada
No seu manto
Quase infinito de estrelas
Espelha a sua grandiosidade
Por ser uma das mais belas
Imensa
De tal ordem
Que tal gigantismo
Só poderia ter sido criado por um Deus
Inunda os sonhos dos homens
Distantes
E torna esses sonhos
Também Seus
Possui Tudo
É um Todo
Que todos ambicionam ter
Mas longe demais
Para essa realidade
Ter corpo de ser
E há noite…
Há noite
É o céu Iluminado
Daquela casta de gente
Que são os apaixonados
Perdida e achada
Num espaço que há-de Um Dia
Ser Nosso
Que iremos Dominar
Sem jamais a conquistar
Observa a nossa vida
A nossa inconstância evolutiva
Sabendo que muito depois
De deixarmos de sentir
Ela lá estará
Para ver outros surgir
E
Ouvir
O seu choro silencioso
De não ter vida
Na sua imensidão
Nos portentosos domínios
Da sua Constelação
Olhando a Terra
As suas gentes
Como um Algo demasiado precioso
Para se perder
Para poder
Pura e simplesmente
Esquecer
E deixar para trás
Pela noite fora
Demos graças ao Invisível
Por sermos abençoados
Pelas
Lágrimas de Andrômeda…