Poema 0609 - Desesperado
Preciso do teu silêncio quando for noite,
do quarto de dormir para não dormir,
quero os sonhos depois de pronto o amor,
antes, vou te querer paixão,
como escrevi dentro e fora, na rua, na lua,
no destino que tracei no dia que amanheci em ti.
Sou a parada dos teus desejos,
o prazer que arrasta sobre tua nudez sem vergonha,
o dia depois da noite que nasceu,
os cabelos espalhados no peito molhado de suor,
posso ainda ser o caminho que deixa teus rastros,
o perfume que fica depois de fazer amor.
Tranque a porta por dentro, feche-se, quero arrombar,
jogarei minha paixão janela adentro do teu coração,
quando acordar talvez eu já seja o amor que desejou
no sono que traz teus sonhos quando se perdem em mim.
Não decoro caminhos, quero descobrir, aprender,
sair e voltar a toda hora, que me espere, afinal sou teu.
Fale-me dos carinhos que ainda não conhece,
mostro-te meus versos escritos noite passada,
têm teu nome, teus olhos, meus desejos de ti,
têm a alma que roubei quando beijei teus seios,
sem perceber tomei mais do que ofereceste,
virei amor, me levou, notei que já não me pertenço.
Faltam horas para chegar, pedaços de saudade espalham,
poderia ser o ponteiro das horas que não correm,
quando não está, não têm sonho, não têm calor,
não sei o caminho da casa que moro,
já nem sei sobre o paradeiro da minha paixão,
acho que amar é assim, bem depois da meia noite.
03/03/2006