SOMBRA na LUA
A bota na estrada é o meu Adeus
coração partido
e a alma em sangue afogam o que restou do sentimento
- quando a chuva cair eu estarei só, meus
sonhos escorrem pelo bueiro
o amor que um dia me fez rei
É minha a sombra na lua,
cavalo no cio baba a potranca crua,
é minha a sombra na lua,
sombra na lua, sombra na lua,
eu estendo a estrada das minhas botas
- o que importa no milagre é quem atua
As ruas são longas, os gatos no muro
assistem os sonhos escorrendo pelos olhos meus,
empurro no abismo a alma bêbada
o louco bebe na palma da mão o céu molhado
das lágrimas escondidas, porque o amor,
meu amigo, diz Adeus gargalhando faíscas
nos saltos das botas disparadas pelo sol
- olho do solitário, olho do solitário fim