O LADRÃO DE FÔLEGO
Eu não estou aqui em atenção a teu propor;
Eu vim o meu desejo impor, e já não te permito os teus anseios protelar;
Mesmo que o temor queira argumentar, vim sufocar os apelos do pudor;
De tua volúpia ser senhor, estou aqui pra te amar!
Não quero ouvir uma única palavra e não aceito resistências;
Conheço bem tuas carências, e vou cumprir minha missão;
Que é libertar e dar vazão ao contido fogo de tuas indecências;
E até permitir que tu me venças no leito-ringue dessa inflamada paixão!
Por isso estou entrando sem pedir por tua permissão;
E represando tua respiração, contra a parede a te imobilizar;
Combinando a violência do beijar com o ousado desfile da mão;
Proibindo a palavra não, te levando ao céu pra passear!
Hoje eu vim roubar teu fôlego e me nutrir do fruto proibido;
Vim tatuar em teus segredos minha libido, presentear meu corpo com os teus desejos;
Quero o prato principal e também os sobejos, quero ouvir cantar o teu gemido;
Alimentar teu provocar que me tem induzido, percorrer o teu fantasiar, a começar por meus beijos!