O LADRÃO DE FÔLEGO

Eu não estou aqui em atenção a teu propor;

Eu vim o meu desejo impor, e já não te permito os teus anseios protelar;

Mesmo que o temor queira argumentar, vim sufocar os apelos do pudor;

De tua volúpia ser senhor, estou aqui pra te amar!

Não quero ouvir uma única palavra e não aceito resistências;

Conheço bem tuas carências, e vou cumprir minha missão;

Que é libertar e dar vazão ao contido fogo de tuas indecências;

E até permitir que tu me venças no leito-ringue dessa inflamada paixão!

Por isso estou entrando sem pedir por tua permissão;

E represando tua respiração, contra a parede a te imobilizar;

Combinando a violência do beijar com o ousado desfile da mão;

Proibindo a palavra não, te levando ao céu pra passear!

Hoje eu vim roubar teu fôlego e me nutrir do fruto proibido;

Vim tatuar em teus segredos minha libido, presentear meu corpo com os teus desejos;

Quero o prato principal e também os sobejos, quero ouvir cantar o teu gemido;

Alimentar teu provocar que me tem induzido, percorrer o teu fantasiar, a começar por meus beijos!

Reinaldo Ribeiro
Enviado por Reinaldo Ribeiro em 15/09/2008
Código do texto: T1179510
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