SEXTOS SENTIDOS

Os olhos olham

Sem compreender

Aquilo que as mãos

Se recusam a tocar

Se recusam a ver

Porque se há demasiadas coisas

Que escapam à compreensão

Há sempre uma

Empírica

Que nos devolve a razão

De ser

De estar

Um novo fôlego

Para o nosso respirar

Sendo difícil

De conceber

Esse acto instintivo sem o qual é impossível viver

Que se o amor vem do coração

Sentimento natural

Aqui da Terra

Porque é que Ele

Sobe até às estrelas?

Onde ganha corpo

Uma outra dimensão

Para se manter por lá

Ou cair nos abismos

Da reclusão

De não ter sido aceite

E por isso mesmo imortalizado

Nessa lógica

Sem nexo nenhum

De por vezes

Quem mais ama

Não tem esse amor

Resguardado

Bem perto de si

Dentro

E não apenas

A seu lado…

Na impossibilidade meta e física

De dois mais dois

Poderem e deverem serem Um

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 15/09/2008
Código do texto: T1178668
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