Meia-noite
Edson Gonçalves Ferreira
É meia-noite
A criança que existe dentro de mim não dorme
Não tem medo da noite
Seus olhos são dois faróis encantados
Só quer correr, saltar
Gente crescida não a alcança nem a entende
Ela não se importa com a maldade alheia
Sabe que amor e ódio fazem parte da vida
Dois ponteiros sobrepostos no meio da noite
Que ela ignora
É meia-noite
E a criança que há dentro de mim sorri
Sorri da prudência de gente grande
Eu brinco e controlo essa criança
Se ela morrer, morro consigo.
Divinópolis, 14.09.08