Indefesa ao Amor
Quando apareceu, assim do nada,
amável, sedutor, foi por instinto
que me protegi.
Percebi seu jeito, sua maneira de ser.
Um homem atencioso, inteligente, envolvente.
Logo vi como seria fácil me apaixonar por você.
Armei as defesas. Confiante analisei,
não corro riscos, sei o poder que ele tem,
não vou cair na armadilha.
Procurei não pensar, me manter distante.
Nada me atingirá ... pura tolice.
Poemas, musicas, cada palavra sua,
eram como pequenos abalos sísmicos
que trincavam estruturas,
jogando muralhas água abaixo.
Dia após dia, diplomaticamente,
desnudava minha alma, roubava meu ser.
Fiquei assim, desprotegida,
acreditando ser inatingível.
Estava, na verdade ... exposta.
Os sinais eram claros, só eu não percebia.
Te esperava toda noite, ansiava
por te falar, sentir tua presença.
E quando chegava, meus olhos,
minha atenção, não deixavam sua janela.
Ficava assim anestesiada,
hipnotizada em suas palavras.
Até que faltou ao encontro diário.
Apenas alguns dias, foram uma eternidade.
Coração apertado... E se ele sumir !?
Que vazio. Não pude sair dali.
Fiquei paralisada, olhar travado,
a te aguardar.
Uma noite voltou. Por impulso indaguei:
"Onde andou, senti sua falta,
... medo de não te ver mais."
Exclamou: "Sério???"
Então, digitou uma única frase:
"Nunca mais vou sair da sua vida."
Bastou ... soltei amarras,
me deixei levar, sem importar onde.
Hoje, estou aqui, me toma, sou tua.
Coração entregue... indefesa ao Amor.
Adriana de Assis (Bruxa de Janeiro)
14 de Setembro de 2008