ESCRAVOS DA POESIA

Entre as grades douradas da inspiração...

Numa hipotética, suave e domiciliar prisão

Vagamos num mundo de sonho e mistificação

Tendo como cruéis grilhões de exploração...

Só a mente. Um livro aberto nos tempos

Por onde se registra os intensos momentos

No corpo... Uma maresia de sentimentos

Tratados com esmero pelo cultivo poético

Versos soltos, libertos, em suas dimensões

Rascunhos do calor das maiores ardências

Sob o papel... Sugado pelas alucinações...

Que manifestadas orientam às emoções

Mãos soltas, carentes. Invadem às saliências

Dedilham as notas musicais e a sua cadência

Das presenças... No silêncio da consciência

Construídas pelo labor, esforço e constância...

Onde o respeito e o amor dão a consistência

Fortaleza das grades cercada da frenética poesia...

Que encanta em suas chamas. Dissemina e inebria

Venturas sem fronteiras. Imunes à censura!

Lago de sentimentos. Um vão que nos sacia

Onde se navega, se mergulha... Mil estripulias

Entre os muros do coração sem fissura

Habitam com beleza e cheiro de framboesa

Descarrilados amantes. Escravos carentes

Do nascer ao sol poente. Seres versejantes!

Mistificando o tempo no fascínio do vento.

A natureza sorri como a nos estar seduzindo

Prisioneiros e cativos... Somos almas sapecando

Lá do fundo das suas vísceras um só pensamento

Que o amor vença sempre! Todos os sofrimentos...

Longe das burocracias. Investidos um pelo outro...Noutro!

Com a confiança semeada, nascida, regada e amadurecida...

Através dos poemas que vão aparecendo pelas madrugadas

Criando a linguagem da nossa saudável e plena intimidade

Onde o riso é o combustível e o diálogo: O da sinceridade

Assim! Com estes alicerces o que era prisão...

Vira felicidade!

Dueto: Salomé & Hilde

Navegando Amor
Enviado por Navegando Amor em 14/09/2008
Reeditado em 14/09/2008
Código do texto: T1176869