Te encontro na cidade,
Na paz que me invade,
Na sala de embarque.

Te olho, como estrela no céu,
Nem sei meu papel,
Sou tinta ou pincel?

Desenho tua face,
Na tela da vida,
Em simples rabiscos,
Paixão definida.

Paisagem ao fundo,
Essência do viver,
Como queria que da tela saísse,
Pois assim poderia lhe ter.

Não sou Monaliza,
Muito menos você é Romeu,
Mas muito acredito...
Eu já fui Eurídice,
E você Orfeu.

Entre pinturas e criaturas,
Perco-me na ilusão,
Amo-te loucamente,
Desejo seu coração.

Mas ao que percebo,
Há aqui um engano,
Orfeu era maluco por Eurídice,
Cantou á ela melodias de amor,
E entre nós, apenas eu que o amo.


Ele foi capaz de buscá-la,
Até depois da morte,
Eu apenas espero,
Seu amor como sorte.

Queria muito que isso,
Se tornasse real,
Me quisesse completamente,
Como o mais puro ideal.





Lu Zerbato
Enviado por Lu Zerbato em 13/09/2008
Reeditado em 14/09/2008
Código do texto: T1176560
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