AMPARO – A MULHER DOS OLHOS TRISTES...

Ela se chamava Amparo:

A todos tinha um sorriso, um carinho!

A todos, uma palavra prestimosa!

- Mas seus olhos... Como eram tristes!...

Ela sorria! Acalentava o pranto

Dos que pediam o amor, em seu sorriso!

Cantava, ria, consolava a todos!

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

Ninguém jamais ouviu de Amparo queixas;

Solicitavam sua presença noite e dia;

Sorrindo e terna, ela logo ia...

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

A voz suave, a palavra branda,

A canção mansa em seu lábio nascia!

Docemente, aconselhava... Ria...

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

Amparo era toda coração!...

Sentimento, amor, doce perdão.

(Aproveitavam-se de sua boa ação!)

Amparo ajudava: jamais dizia “Não!”

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

Os olhos negros de Amparo eram

Suaves... Mas eram noites sem estrelas...

Brilhavam... Mas havia lágrimas ao vê-los!

- Os olhos de Amparo... Como eram tristes!...

Ninguém poderia jamais negar

Que era uma mulher alegre, singular!

Sorriso constante e terno linguajar...

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

No povoado, todos se perguntavam,

Por que aquela mulher, ainda bela,

Dedicava-se tanto assim aos outros...

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

Onde chegava, reinava a alegria!

Alegrava a todos e distribuía

Um carinho de mãe, quase de santa!

- Mas os seus olhos... Como eram tristes!...

Da sua alegria a lembrança ficará!

De seus cuidados e de seu carinho...

De sua voz doce, não se esquecerá!...

- Mas... Repararam nos seus olhos tristes?...

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 13/09/2008
Reeditado em 19/05/2010
Código do texto: T1175952
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