AS BRUMAS DE UMA VIDA...

“De repente, do riso, fez-se o pranto...”*

A Elegia substitui o Acalanto...

Veste-se o negro véu do desengano

Cobre-se o corpo com o mais rude pano...

A aranha tece sua teia prateada

Que tem voltas mil, fica enrodilhada,

À espera dos amantes que nela caem sem ver

Pois a sina dos que amam é sofrer!...

O céu se tinge com ar de tempestade...

Enrodilha-se a alma na orfandade

E a solidão faz bruma ao que foi riso...

- Alma cansada, tão cinza a tua vida!

Esquece a dor, vai buscar guarida!

- Não posso! Ele levou o meu sorriso...

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*Vinícius de Moraes

ESPERANÇA
Enviado por ESPERANÇA em 13/09/2008
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