Carta á doce Matilda
Ò minha doce Matilda,
Redijo uma carta de meus punhos sacros,
Em são estado de mente profana,
Para que meus frívolos dizeres cheguem a ti,
Por isso cala-te com pressa em tua fútil algazarra
E ouve minhas palavras de terna incoerência...
Ó minha triste Matilda,
Prostro-me lânguido aos pés de minha cama,
Em uma frustrada tentativa de esquecer-te.
Pois arde agora em rubro enxofre minh´alma,
Queima-me por inteiro a desesperança de reencontra-la.
Resta apenas o pó onde antes estava minha felicidade...
Ò minha digna Matilda,
Tens papas na língua pois tornas a me explicar o incerto,
Não penses tu que desleixo defronte a teu cândido amor
Pois não mais vejo o tão belo alvorecer como antes via,
Não mais beijo as estrelas puras que encantam o negro céu,
Não mais, não sem ti, amada Matilda.
Ó minha pequena Matilda,
Daria meu mundo para estar agora ao teu lado,
Sentindo em minha face as suaves brisas de minha tão amada terra,
Recolhendo-me sob a aurora em teu cálido ventre,
Despreocupadamente sob a sombra de um esguio cipreste,
Sem ter em vista retornar ao tão soturno mundo que me aguarda...
Irei-me então sem mais delonga, amada Matilda...
Sangram-me as palavras que agora lhe redijo
Pois muito em breve irei expor-me novamente às graças da morte
Não sei se com vida retornarei posteriormente
Deixo então contigo o que restou de meu tão amargo coração...
Amo-te,
Venero-te,
Adoro-te...
Seremos um quando novamente palavras me faltarem,
Adeus