AS ÁGUAS...

De um certo destino

Despem

E despertam

Certos preconceitos

Ou uma moral

Sem defesas perante

Um certo tipo de realidade

A fundir o que sou contigo

Fazendo brotar em mim

A fonte

Duma diversa interioridade

As Águas…

Desse fundo poço

Que é o meu ser

Preferiam ser um mar

(mesmo que fossem mais do que sete…)

Pois mais depressa os atravessaria

Do que mergulharia num abismo

Para te ver…

As Águas…

Com outros olhos

Outra ternura

Imune ao liquido

Que corre sazonalmente

Pelos traços

Com que marcaste na minha face

Histórias

Felizes e tristes

Como qualquer outras histórias

Que assumo, por fim, como minhas

Claramente

E sem qualquer tipo de embaraço…

As Águas…

Porque constrangedor

É nunca ter amado

Ou não amar ninguém

Mesmo que esse Amor

Fique muito aquém…

D’

As Águas…

Portentosas

E igualmente delicadas

Desejadas secretamente

Que fossem da mais pura felicidade

Que não nos separassem

E marcassem sim

Um sinal de igualdade

Pois sou Igual a Ti

E disso não poderemos fugir

Ou fingir

Que não se passa

Que não subsiste

Os sentires

São parecidos em toda a gente

E só é diferente

A maneira de os exprimir

Por isso

Agora

Ou nos tempos que hão-de vir

Ouve o passar

Das minhas Águas

Pois elas são o veículo primordial

Das minhas sinergias

Do meu conteúdo

Do jeito

Que escolhi

Para existir…

As Águas…

Miguel Patrício Gomes
Enviado por Miguel Patrício Gomes em 12/09/2008
Código do texto: T1174263
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