AS ÁGUAS...
De um certo destino
Despem
E despertam
Certos preconceitos
Ou uma moral
Sem defesas perante
Um certo tipo de realidade
A fundir o que sou contigo
Fazendo brotar em mim
A fonte
Duma diversa interioridade
As Águas…
Desse fundo poço
Que é o meu ser
Preferiam ser um mar
(mesmo que fossem mais do que sete…)
Pois mais depressa os atravessaria
Do que mergulharia num abismo
Para te ver…
As Águas…
Com outros olhos
Outra ternura
Imune ao liquido
Que corre sazonalmente
Pelos traços
Com que marcaste na minha face
Histórias
Felizes e tristes
Como qualquer outras histórias
Que assumo, por fim, como minhas
Claramente
E sem qualquer tipo de embaraço…
As Águas…
Porque constrangedor
É nunca ter amado
Ou não amar ninguém
Mesmo que esse Amor
Fique muito aquém…
D’
As Águas…
Portentosas
E igualmente delicadas
Desejadas secretamente
Que fossem da mais pura felicidade
Que não nos separassem
E marcassem sim
Um sinal de igualdade
Pois sou Igual a Ti
E disso não poderemos fugir
Ou fingir
Que não se passa
Que não subsiste
Os sentires
São parecidos em toda a gente
E só é diferente
A maneira de os exprimir
Por isso
Agora
Ou nos tempos que hão-de vir
Ouve o passar
Das minhas Águas
Pois elas são o veículo primordial
Das minhas sinergias
Do meu conteúdo
Do jeito
Que escolhi
Para existir…
As Águas…