OLHAR NAVEGANTE
OLHAR NAVEGANTE
No teu olho
Navegam nuvens em silêncio
Com raios da luz dos sóis de verão
Onde a pele alegre se bronzeava
Quente, brasa das vontades realizadas
Algumas gotas serenas respingavam as flores
Botões desabrochavam
Catalisando, lavando a alma
No teu olho
Navegam turvos rios
Desembocando as mentiras que sentiu
Um mar de hipocrisia e desalento
Nuvens ainda caladas
Adormecer na escuridão
As pálpebras trêmulas sôfregas pelo novo dia
Em campos níveos molhando
O verde olhar florescendo esperança
No teu olho
Navegam ares de desertos
Na terra seca pela crueldade e iniqüidade
Ganância atrás das montanhas,
O lobo que se esconde...
Animal que espreita tua caça frágil
No teu olho
Navegam nuvens do silêncio
Fura-se o olhar do céu
Um filete de sangue tentando dizer
Diante da chuva de lágrimas
Pelos próximos dias, noites
Por toda uma vida, agora tão mais toda morte
'Pelo amor de Deus!'
No teu olho
Navegam nuvens de clamor
Uma gota em tempestade
Grita no chão
Sozinha, caída vermelha
Como piedade
Cíntia Thomé
direitos autorais.