O DIÁRIO

O DIÁRIO

Deixei cair à caneta sobre folhas sem pauta

Transformei gotas de tinta azul em palavras sentidas

Completei com vírgulas e acentos uma frase

A borracha comeu o que de nada valia

Notei rimas mesmo em sentidos pouco literais

Por enquanto eram apenas palavras

Palavras banais

Ainda não havia ali uma vida

Faltava amor

Faltava alma

Talvez até mesmo um pouco de dor

Mas então...

Os sentidos se formaram feito partículas atômicas

Falei dos amores que vivi

E dos que perdi

Falei de Deus

Contei trovas e resenhas

E também chorei um adeus

E foi assim...

Sobre uma mesa de marfim

Em papel sem pauta

Que cheguei ao fim

Gota a gota escrevi meu depoimento

Alguns chamaram poesia

Outros melodia

Quanto a mim?

Chamei de testamento!

luis lopes
Enviado por luis lopes em 12/09/2008
Código do texto: T1173870
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