Nuncamente

Dorme, amor.

Tarde se fez, se faz.

As estrelas já cobriram o céu

E todas as minhas dores se sublimaram...

Dorme.

- Seu pezinho está descoberto.

Teus olhos chispam sonhos profundos

Parece que pra sempre dormirás...

Na eternidade do seu encanto.

Fico quieto, te velando.

Vou decifrando teus segredos estáticos

Enquanto trago um amor esfumaçoso

Nesse seu quarto quadrado, de cama e cadeira, somente.

Dorme, amor,

As coisas não estão acontecendo:

paralisaste o medo dos homens,

fez do silêncio algo imenso e constrangedor

fez dos meus olhos vidros, reflectivos.

Dorme.

Amor, dorme.

Pretendo desfolhar seus cabelos,

Ver-te nua pelos lábios lisos

sorver sua castidade infinitamente...

Dorme, amor,

Amor, dormêntica, dorme.

O puro eu estou de asas.

(Die)

Fernando Marini
Enviado por Fernando Marini em 11/09/2008
Código do texto: T1172966