Nuncamente
Dorme, amor.
Tarde se fez, se faz.
As estrelas já cobriram o céu
E todas as minhas dores se sublimaram...
Dorme.
- Seu pezinho está descoberto.
Teus olhos chispam sonhos profundos
Parece que pra sempre dormirás...
Na eternidade do seu encanto.
Fico quieto, te velando.
Vou decifrando teus segredos estáticos
Enquanto trago um amor esfumaçoso
Nesse seu quarto quadrado, de cama e cadeira, somente.
Dorme, amor,
As coisas não estão acontecendo:
paralisaste o medo dos homens,
fez do silêncio algo imenso e constrangedor
fez dos meus olhos vidros, reflectivos.
Dorme.
Amor, dorme.
Pretendo desfolhar seus cabelos,
Ver-te nua pelos lábios lisos
sorver sua castidade infinitamente...
Dorme, amor,
Amor, dormêntica, dorme.
O puro eu estou de asas.
(Die)