EVIDÊNCIAS

A estrada é feita de olho e de sonho

as botas marcadas pelo Adeus.

O Anjo embainha a espada de raio

no olho cego - tambor dos cânticos!

Animal como a vertigem

- o sexo, real como o pedido: o amor,

das chamas flechadas pássaros rolam

arruinando profecias,

dos clarins mel escorre derramando rosas

sibilantes e rasgando lagartos que liberam

príncipes e odaliscas, das peles incendiadas.

O céu vigia pelo sol, cujos cavalos

- nossas preces,

e se minhas mãos modulam

as asas agitadas dos anjos

é porque não tenho tua alma

para equilibrar-me os olhos,

e o teu corpo é distante

- feito o sonho uma tenda solitária.

Eu esqueço as evidências

só o mistério entende o teu amor,

confeito-te no sexo chocolate,

e levanto o martelo dos deuses

para que os trovões domados

ecoem o acalanto

dos nossos excessos de amantes