A dor maior...
A dor maior que tenho em minha vida,
maior que todas as que já senti,
não é "saber" que tu não me amas,
mas é a tua indefinição...
O teu "jogo", talvez, de sedução...
A dúvida cruel vem e me assalta:
- Tu me amas, ou não?...
Vês, é muita crueldade,
Olhar teus olhos e "pensar ver"
que teu olhar me procura com carinho,
quando não passa de um "não-querer!..."
Eu tenho por ti um amor imenso
que poderia ser doce, tranquilo, sem tormentos,
num compreender e fazer-se compreendido,
onde olhares e presença bastariam
para me fazer feliz,
num misto e amor e de amizade,
de companheirismo e felicidade...
- Mas não é este o teu querer!...
Hoje, tardiamente, te direi:
- Tolo! Uma mulher te ama com amor imenso
E tu vais atrás de uma "fantasia",
Colombina, que, de panos é vestida,
que pode ser bela, mas não te dá Vida,
e que te odeia com um ódio intenso!
Faz-te de fantoche, te humilha e te envergonha,
E tu a segues, como a não ter senso,
E não reages por um medo imenso
de perder Poder que ao seu lado tens!?
Ou "pensas ter..." pois todos já viram,
que, por trás do pano, com habilidade
ela é que move os cordões do engano,
e tu és marionete, a obedecer...
quanta maldade... E não consegues ver!
Então, reflito:
minha dor maior
é por um "marionete do destino"
preso às mãos de uma mulher em desatino?...
- Não, não vale a pena este meu sofrer!...
Buscarei um homem de verdade
que não pratique no mundo veleidade
e não se deixe enganar e comover
por falsas mãos e falso corpo e rosto!...
E que tenha o seu próprio querer!
Que não sirva apenas para obedecer
por interesse, para ter Poder!...
Hoje percebo:
A dor maior que tenho em minha vida
É ver o tempo que desperdicei
com o bufão de malfadado rei...
Ou melhor, da rainha, de malfadada grei...
Quando os olhos começam a ver
A dor vai embora. Ficam cicatrizes.
Mas somos muito, muito mais felizes!...
...............................................................................
Poesia dedicada a um amigo que reside em uma "gaiola de ouro!"