SAUDADE

Carnes distantes, espíritos unidos.

Sujeito do mato,

Lobo solitário

Desesperado, sentado e uivando.

Buscava a sua amada

Quando a lua passava.

Espírito confiante

Todas as noites

Era iluminado

Pelo espírito da amada

Mesmo não a tendo,

Não a possuindo,

Porém, porém, sentindo-a.

Olhando para a lua

Que nem lobo no cio uivava.

Eram choros de saudades

Embriagado pela magia das nuvens

Que pela lua passavam

Ai sonhava, se embalava e com

A sua amada dançava.

Naqueles momentos

A fome chamada saudade desaparecia

Pois no balanço da lua ela surgia.

Na virada duma lua

São Jorge o presenteou

E quando se sentou

Tempo não houve para uivar

Pois ao seu lado surgiu

A Cabocla Jurema

Encantada e faceira

E o tirou pra dançar.

Dançam danças divinas

Ela uma verdadeira deusa-menina

Que encanta e faz brilhar o mais escuro dos lugares;

Ele um lobo saltitante

Que uiva de felicidade, pois não tem mais presa nenhuma.

Vivem como encantadas “jaçanãs”

Correndo e cantarolando,

E assim vão fascinando

Todos os povos da sua mata.

A fome chamada saudade cessou,

Pois fundiram suas presenças

E se fartaram no banquete do amor.

RAYSAN DE SOUZA
Enviado por RAYSAN DE SOUZA em 09/09/2008
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