Madrugada inóspita

Proponho recitar-me na aurora do céu

quando meu verso morrer do mundo à madrugada

o que dele acabar-se em tudo.

Questuário desejo esse desejo meu

tão cheio de dores

e tão maior que o interesse teu

em torcível verso,

em real estrofe,

deste poeta ileso!

Emalada está a esplendorosa poesia

e a alma quieta bebe bêbada

além dos versos.

Negregosa solidão esta da noite

onde cônsono não sei de nada

e faço um verso

e rasgo a roupa

e me enlouquece a dor deste quarto.