Utopia da primeira paixão

Como gostaria de me arrepender,

Ou ainda que sequer não chegasse a conhecer

As delícias de uma paixão.

Que antes nada mais era

Que uma quimera

do meu coração.

Mas, ao avistá-lo abrandou-se a sístole.

E aos poucos veio uma inesperada diástole.

Que agora em meu ser se estala.

Já em mim não mais me controla

Infinita era a beleza,

Que transborda de ti, e me dava a certeza,

De algo tão louco que haveria de chegar.

E eu de ébria não poderia evitar.

E foi tão cedo a entrega,

Sob o alvorecer que logo chega.

Ao juntos caminhar

Veio uma nirvana de mim se apoderar.

Enrosquei-lhe os braços com gosto,

Mordi a boca, a orelha e o rosto.

Senti a tua doçura na boca.

E de tanto desejo quase fiquei rouca.

No incêndio louco a inflamar.

Nossos corpos a se agarrar.

Minha lordoze tuas mãos sentia.

Enquanto em teu rosto,

Carícias fazia.

E com a língua teus lábios contornar.

Aparelhado, teu néctar a sugar.

Mas, para a alegria fostes andando.

A chorar por dentro me deixando.

Desde então fico a sofrer.

As âncias me torturam,

Meu coração é uma loucura,

Querendo só te ter.