Astuta

No dia tão frio, e chato

Lembro de suas palavras sinceras

Meigas, e de seu rosto magnífico

Uma dama das primaveras

Tão singela tão simples

Tão complexa essa mulher

Que entrou sem bater na porta

Sem pedir licença, me dominou

Refém de mim mesmo eu sou

Vejo-me espelho do banheiro

No chaveiro, nos seus cabelos

Danço na sua dança marcada

Não consigo deixá-la ir

Longe de mim, te quero assim

Você e eu, eu e meu amor

Meu corpo e minha mente a brigar

A quem deve mandar

Se é nessa cabeça profunda

Ou nessa mulher astuta

Essa mulher a me levar

A fundo desse abismo

Paixão dilaceradora

Eu sismo como você

Mata-me aos poucos

Esse desejo por desejo

Castigo duradouro

Mulher dos poucos

Mulher de ouro

Dama, bela dama

Um doce de pessoa

Um banquete de mulher