DE UMA VISÃO
Dá para ver
que o sol manchou,
que a noite apareceu,
que as estrelas brilharam,
que a lua pernoitou
e que o mundo aquietou.
Dá para ver
da sacada imensa,
o vasto tapete persa,
um resto de conversa,
um aquietar solto
e um cochilar vagaroso.
Dá para ver
que o pássaro recuou,
que o canto não ecoou,
que o ocaso disparou
seus raios inconfundíveis,
e deixou a noite se achegar.
Dá para ver
que o mundo resvalou,
a enseada toda se iluminou,
que as vias apareceram
que os rumores cresceram
e que a alegria ressurgiu.
Dá para ver
que sonho se repete,
que a aura noturna
despeja seus toques frescos,
e sinaliza que o mundo
será eterno em sua eternidade.
2.005